domingo, 8 de setembro de 2013

O Vento Lambe Teu Corpo...


O vento lambe teu corpo 
 Ainda morno o bebo
Parece vapor de licor 


O plano hoje, depois de cumprir obrigações de trabalho, estudo e pesquisa, era escrever aqui.
Entretanto, o dia foi tenso. A cada instante livre aparecia alguém pedindo ajuda ou opinião e, assim, não consegui aproveitar os minutos livres do meu dia.

Agora à noite, pressionado por uma espécie de sentimento de culpa por não ter cumprido a meta, resolvi que a segunda postagem seria tão ou mais torta que a primeira. Ainda quero crer que isso não se tornará um padrão. 
No post passado citei um dos motivos que me trouxeram aqui. Outro deles é que muitos amigos vivem me pedindo pra criar um site com críticas de cinema.



Não quero criar um site com crítica de cinema. Não simpatizo com os "críticos" de cinema e nem com a ideia de crítica, nesse sentido usual.
Farei aqui sim, em alguns momentos, o que penso ser análise de alguns filmes, de passagens, de blocos ou mesmo de conjuntos de obra.

Fato é que isso não começa hoje.



Hoje estive a pensar sobre música. Vi um ótimo filme para quem gosta de guitarras, A todo Volume.
Vou postar ele logo abaixo. Recomendo a todos. Estou num momento de retomada da criatividade, depois de longo período, e uma atividade linda à qual tenho dedicado parte do tempo é a construção de instrumentos musicais com uma marca minha e do meu grande amigo Leo. A princípio, apenas guitarras.

Então, esse filme surgiu em momento apropriado. Sem mais delongas, colocarei aqui o link para quem quiser ver completo e legendado em português direto do youtube. Ao final do post coloco um link para download.




Repito, o filme é excelente e valo muito ver! Se trata da reunião de 3 guitarristas (Jimmy Page, The Edge e Jack White), que desvelam mistérios preciosos da guitarra, falam sobre efeitos, construção, história e (principalmente!) tocam muito! Prato cheio pra quem gosta de rock, boa música e guitarras.

Existe um livro do Gilles Deleuze chamado Francis Bacon: Lógica da Sensação, que trata com uma abordagem singular a pintura, os corpos, o olhar e sobretudo a criação na obra desta figura genial. Cito aqui o começo do capítulo 12, O Diagrama:


"Não se ouve suficientemente o que os pintores dizem. Eles
dizem que o pintor já está na tela.Nela se encontra todos
os dados figurativos e probabilísticos que ocupam, que
pré-ocupam a tela. Há uma luta na tela entre o pintor e esses
dados.Existe, portanto, um trabalho preparatório que pertence
plenamente à pintura e, no entanto, precede o ato de pintar.
Esse trabalho preparatório pode passar por esboços,
mas não necessariamente, e mesmo os esboços não o substituem
(Bacon, assim como vários pintores contemporâneos,
não faz esboços). Esse trabalho preparatório é invisível e 
silencioso, e entretanto muito intenso. De maneira que o ato
de pintar surge como um a posteriori (hysteresis) em relação
a esse trabalho".  (pág. 102)


Penso que o filme supracitado, A Todo Volume, nos mostra, sob certas circunstâncias, esse "ato preparatório", que embora no livro em questão se refira à pintura, precede o "ato de criação" que diz respeito a toda a arte, enquanto criação de blocos afetivos. Então vale pra música, pro cinema e muito mais.

Vocês devem ter reparado que esse post foi recheado com belas imagens. São elas do filme O Desprezo, do Godard. Que em breve terá um post dedicado. Simplesmente porque amo o corpo.

No mais, finalizando essa postagem torta, quero deixar um outro filme. Um documentário que toca numa questão importante e delicada. Se trata de Sangue Marginal - Relatos de Cinema e Video Underground no Brasil. Digo que a questão é delicada porque em breve teremos algumas entrevistas e um post completo sobre a questão do cinema independente no Brasil.

Aí penso que esse blog irá tocar feridas expostas. E toda a minha chatice e violência pode vir à tona.
Então, fiquem com os filmes e até breve!




Aqui o link para o filme A Todo Volume em HD: http://thepiratebay.sx/torrent/5254230/

Nenhum comentário:

Postar um comentário